Limbo Leste

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O notável limbo Leste!
Você pode observar Marte, Júpiter ou Saturno, esses que são os mais espetaculares planetas que podem aparecer na ocular de um telescópio, e nunca ver nenhuma mudança como pode ser visto em uma noite de observação da Lua. O impacto do cometa Shoemaker-Levy 9 em 1994 geraram impressionantes e rápidas mudanças na atmosfera de Júpiter, e a grande tempestade de Saturno se mostrou de forma espetacular para nós aqui na Terra, desde o final de 2010. Mas esses são eventos observados uma vez na vida, isso se o observador tiver sorte e que ocorrem numa pequena faixa do planeta. Já na Lua as mudanças ocorrem em toda a sua superfície e de forma contínua, essas mudanças se devem ao ângulo de iluminação que muda na Lua aproximadamente meio grau por hora.
Na foto anexa o limbo leste da Lua é bem conhecido. As crateras que ali existem são quase visíveis, ou podem até ser visíveis a olho nu, dependendo da qualidade da visão do observador. Mesmo assim a foto é dominada pela cratera Petavius no canto embaixo a direita. Para reconhecê-la mais facilmente basta observar a cratera que possui uma ranhura ligando o pico central à sua borda. A Petavius é talvez a cratera mais fascinante localizada ao longo do limbo leste da Lua. Ela é jovem o bastante para ter seus picos massivos centrais e terraços blocados razoavelmente preservados, mas o que a separa da Langrenus e de complexos similares de crateras é o seu interior característico. A trincheira que surge desde os picos centrais e se desloca em direção à parede oeste não se compara com qualquer outro canal de cratera na Lua. Uma maravilhosa conexão, de que só tem pista nessa imagem mas que é revelada nas imagens feitas pelas sondas Lunar Orbiter IV e a chinesa Chang’e-1, é que o canal massivo principal se entorta levemente no pico e continua em direção norte (para a esquerda), tornando-se incrivelmente estreito. Outro canal irradia na direção sul desde os picos. Como o canal principal e o canal a norte, ele também é mais largo próximo aos picos e afina à medida que fica longe deles. Isso sugere que todos os três estão relacionados com o soerguimento dos picos e com o centro do interior da cratera. Observações anteriores indicam que o centro da Petavius, foi soerguido, mas para se ter uma confirmação necessitasse de dados de topografia de alta resolução.
Dois tipos de materiais fluem na Petavius e próximo dela. O velho dome localizado um pouco abaixo da parede sul foi provavelmente construído a partir de lava que entrou em erupção e os suaves reservatórios de material além do anel sul são materiais derretidos pelo impacto. Com todas essas fascinantes feições com quais outras a Petavius poderia compartilhar os holofotes nessa região da Lua?
As paredes repletas de terraços da cratera Langrenus são bem observadas aqui com dezenas de crateras secundárias na planície ao redor. No trio de crateras a norte da Langrenus, Bilhars, Atwood e Naonobu existe um belo aglomerado dessas crateras secundárias. Essas crateras secundárias seriam da Langrenus ou de alguma outra? Entre as crateras Petavius e Langrenus a área é dominada pela Vendelinus e abriga crateras mais jovens e menores. Uma dessas crateras em particular se destaca, é a cratera Petavius B com seu sistema de raios bem conhecido.
Vou encerrando por aqui, pois a quantidade de formações notáveis visíveis nesta foto por si só mereceria um tratado e não apenas estas poucas linhas!

Fonte: LPOD/CIENCTEC - Virtual Moon Atlas
Adaptação: Avani Soares

Mosaico de 3 imagens obtido no iMerge
Empilhamento de 240 frames no AS!2
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